Na escola, os rapazes observam e comentam as raparigas, dirigindo-se-lhes com expressões que mal se percebem. As raparigas aperaltam-se e exibem-se de forma provocadora e abordam os rapazes sem a timidez de outros tempos.
Será que, no amor moderno, o coração já não suspira tão alto? E as palavras já não soam como doces punhais?
Na verdade, algumas apenas bajulam, não revelando as verdadeiras intenções. Algumas prometem as nuvens, o céu, uma estrela, mas, na realidade, nunca nos tiram da terra. Parecem solenes, mas rapidamente esmorecem. Outras, sendo espontâneas, não passam de palavras comuns e directas, adequadas ao interesse do momento.
Para alguns jovens o amor resume-se a uma saída e “bora! bora!”. Se a crise pode levar alguns a dispensar os jantares românticos em restaurantes chiques, será que ela também justifica que eles dispensem as palavras com ardor?
E os apedrejamentos apaixonados, que ameaçavam as janelas da amada? E as serenatas ao luar? E as cartas de amor? Tantas manifestações românticas! Lamechices… lamechices… rir-se-ão muitos.
Passada a fase das “garras da sedução”, as palavras parecem tornaram-se cada vez mais insensíveis e descuidadas, escassas e opacas.
Talvez não haja crise e o Amor tenha tomado, apenas, verbalmente, novas qualidades; todavia, para mim, ele continua a ser “fogo que arde sem se ver”, “dor que desatina sem doer” … será sempre “a cor que dá na vida”!
Joana Beleza
10º B de 2009/2010
10º B de 2009/2010
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