segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

de Hugo von Hofmannsthal (Viena, 1874 – 1929)

III

Nossa matéria aos sonhos é igual
e os sonhos abrem olhos à maneira
de umas crianças sob o cerejal.

Das copas, ouro pálido se esgueira
da lua-cheia e a vasta noite alcança…
senão, sonhos não há à nossa beira.

Vivem aí qual riso de criança,
e como a lua-cheia sobem, descem,
quando desperta sobre a fronde avança.

O mais íntimo se abre a quanto tecem;
quais mãos-fantasma sempre num tristonho
espaço estão em nós e a vida oferecem.

E os três são um: homem e coisa e sonho.

Tercinas sobre a fugacidade de tudo




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