quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Poema das coisas belas

por António Gedeão

As coisas belas,
as que deixam cicatrizes na alma dos homens, por que motivo serão belas?
E belas, para quê?
Põe-se o Sol porque o seu movimento é relativo. Derrama cores porque os meus olhos vêem. Mas por que será belo o pôr Sol?
E belo para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas, mas só são coisas quando coisas percebidas, por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas sem precisarem de ser coisas percebidas, para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?



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