de António Gedeão
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
Com ele se entretém
E se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
Sei que o Mundo é maior do que o bairro que habito,
Que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
Não pesa num total que tende para o infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosas da Vida
Ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
Nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
Há 13 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário