de Miguel Torga
Era uma voz que doía,
Mas ensinava.
Descobria,
Mal o seu timbre se ouvia
No silêncio que escutava.
Paraísos, não havia.
Purgatórios, não mostrava.
Limbos, sim, é que dizia
Que sentia,
Pesados de covardia,
Lá na terra onde morava.
E morava neste mundo
Aquela voz.
Morava mesmo no fundo
Dum poço dentro de nós.
Há 13 anos
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